Celebração Eucarística da Ceia do Senhor – 1º de abril de 2021
Nesta Quinta-Feira Santa, em obediência às normas sanitárias impostas pelos Decretos Governamentais e orientação da Arquidiocese de Brasília, não menos especial, mas diferente foi a celebração da Ceia do Senhor, que ocorreu sem o contato amoroso e ósculo santo do sacerdote, sem a realização do rito do lava-pés, sem a transladação e sem a Adoração solene ao Santíssimo Sacramento.
Com a frase: Tendo amado seus discípulos, amou-os até o fim, referenciando o evangelho de São João 13,1, Pe. Vagner deu início à sua homilia rememorando a narração daquela noite santa, quando o Senhor, sabendo que se aproximava o seu fim, o momento de Sua entrega, quis despedir-se de seus discípulos e deixar-lhes um testamento, deixar Sua presença de uma forma diferente, nova. Disse-nos o pároco que Jesus quer estabelecer uma nova aliança, não somente com aqueles discípulos que estavam ali, mas com todos nós, hoje também. É a ceia da nova aliança.
Na primeira leitura, (Ex 12,1-8.11-14), escutamos a narrativa da ceia da antiga aliança, feita com o povo Hebreu que, sofrendo a escravidão, foi libertado e, como sinal da libertação, deveria matar um cordeiro puro e sem mancha, assá-lo e comê-lo em família ou com o vizinho mais próximo, conforme o número de comensais. Deveria untar os marcos das portas de suas casas com o sangue do cordeiro, para que o Senhor, ao passar, soubesse que ali havia alguém que Lhe pertencia e que seria salvo, quando o anjo exterminador passasse.
Explicou-nos que agora, na nova aliança, nós também somos marcados com o sangue do cordeiro, mas não o cordeiro da antiga aliança. O cordeiro agora é o próprio Jesus que derramou Seu sangue e foi crucificado por amor a nós.
Como sinal, Jesus, naquela ceia pascal, toma o pão e o vinho e diz aos discípulos este é meu corpo, este é meu sangue, fazei isto em memória de mim. É o sangue da nova aliança. É o marco da nova aliança e agora, todas as vezes que nos reunimos ao redor do altar, somos essa família dos discípulos e discípulas do Senhor que nos sentamos com Ele à mesa e partilhamos a refeição, nos alimentamos do Seu corpo e do Seu sangue…. Amou-nos até o fim e como prova de amor, doou a vida por nós na cruz e nos dá hoje, o sacramento do amor, sinal de Seu amor por nós e, como gesto desse amor, o serviço: o lava-pés. O próprio Jesus, o mestre, se despoja do seu manto, se abaixa diante de seus discípulos, assume a condição de escravo e lava-lhes os pés. Os discípulos não entendiam, naquele momento, o significado daquele gesto, mas o próprio Jesus, ao se encarnar, já havia se despojado de seu manto e se abaixado aos pés dos discípulos… JESUS pede que façamos o mesmo. O gesto do amor deixado por Ele naquela noite santa: Dei-vos o exemplo para que façais o mesmo e nos deixa também o mandamento do amor: amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado.
O sacramento do amor. Amou-os até o fim…Amou-nos até o fim… Exortou-nos a que respondamos ao Senhor com este amor. Que, ao aproximarmo-nos da mesa do Senhor, ao partilhar do Seu corpo e do Seu sangue, saibamos que entramos em comunhão com Jesus e com todos os irmãos e irmãs do mundo todo. Frisou que somos a família de Jesus e por isso Ele nos convida à Sua mesa, por isso Ele nos dá esse sacramento, por isso Ele nos dá Seu próprio corpo e sangue, derramado uma vez na cruz por nós e renovado à cada Eucaristia que celebramos. É o Mistério de amor de Deus por nós!
Que o Senhor renove em nós a disposição para amar como Ele amou e ama. Renove em nós a disposição para servir como Ele serviu e serve. Sejamos também nós servidores. Que esse amor de Cristo seja também o nosso amor e que nos inspire a amar e a servir como Ele mesmo fez. São os votos de nosso pároco para toda a comunidade do Verbo Divino, ao celebrar esta noite santa, estes dias santos.
Ao final da celebração, foi desnudado o altar com a finalidade de tirar da igreja todas as manifestações de alegria e de festa e, por respeito à Paixão e Morte de Jesus, todos os fiéis se retiraram em silêncio.
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