Sermão das Sete Palavras e Descendimento da Cruz – 15 de abril de 2022
Para encerrar esta Sexta-feira Santa, às 19h, novamente a comunidade retornou à paróquia para ouvir o Sermão das Sete Palavras, proferido por nosso pároco Pe. Vagner, svd e assistir a encenação do Descendimento da Cruz.
Pe. Vagner iniciou o sermão afirmando que “na cruz, nós não contemplamos a derrota, mas a vitória do amor!” e convidou a todos a contemplar o encontro da obediência e do amor – Duas realidades que se fazem presentes na cruz. Obediência de Cristo ao Pai e amor de Cristo por nós!
As últimas palavras proferidas por Jesus na Cruz expressam todo o Seu ser. São uma síntese de tudo o que Ele foi e viveu em Sua vida.
Aprendamos Dele com essas sete palavras que são, na verdade, sete expressões ditas por Jesus na Cruz e recolhidas pelos evangelistas. São elas:
1. “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”(Lc 23,34) – Jesus clama a Deus por Seus algozes.
2. “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43) – Jesus continua insistindo na misericórdia. O “bom ladrão” reconhece a presença de Deus em Jesus e converte-se. Pede por si e Jesus olha para ele com misericórdia.
3. “Mulher, eis o teu filho; filho, eis a tua mãe” (Jo 19,26) – Jesus manifesta a Sua misericórdia para conosco. Ele não quer nos deixar sozinhos e por isso, nos deixa Sua Mãe. Maria nos convida a não abandonar Jesus.
4. “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt 27,46) – O grito de Jesus expressa o mais profundo de Sua dor. Na Cruz, Jesus se apresenta a nós na Sua total fragilidade. O grito de Jesus poderia ser o grito de tantos sofredores, poderia ser o grito das famílias cujos membros morrem sem acesso à saúde, poderia ser o grito dos Judeus nos campos de concentração durante o regime nazista, poderia ser o grito da família que ficou desempregada, neste tempo da pandemia. O grito de Jesus também poderia ser o grito da família ucraniana, que viu sua casa ser destruída, que teve que deixar seu país, fugindo da guerra…
5. “Tenho sede…” (Jn 19,28) – Depois de ficar horas na pregado na Cruz, agonizando aos poucos, não resiste à sede e suplica por um pouco de alívio, a sede de Jesus porém, não é apenas a sede física, Jesus tem sede de que nos salvemos, de que voltemos a Ele, tem sede de nós, Ele que é a Água Viva.
6. “Tudo está consumado” (Jo 19,30) – Esta não é a proclamação de um final, não é a proclamação de um fracasso, não é apenas o grito de um agonizante e nem a afirmação de que não há nada mais a fazer. Nos lábios de Jesus essa é a proclamação de que Ele cumpriu a Sua missão.
7. “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc 23,46) – A última palavra de Jesus marca o final de Sua caminhada terrena e a consumação de Sua obediência ao Pai. O Verbo Divino se encarnou, assumindo a nossa humanidade e morrendo por nós! É o mistério de amor! O amor de Jesus por nós não foi apenas sentimento, foi amor completo. Na Cruz nós o vemos.
Na sequência, sob a orientação do Pe. Vagner, cada membro do corpo de Jesus que estava no madeiro, foi retirado, iniciando pela coroa, passando para a mão direita, a esquerda e depois os pés. E, aos poucos, todo o corpo de Jesus foi retirado e colocado no colo de Sua Mãe. Convidou-nos também nosso pároco a contemplar a dor de Maria, que vê seu filho sem vida. No colo de Maria está a humanidade de Jesus. No colo de Maria queremos estar também nós, com a nossa humanidade machucada pelo pecado. No colo da Mãe, a Senhora da Piedade, estamos todos nós! Acolhe-nos também a nós, Senhora! Acolhe-nos em nossa miséria. Ensina-nos uma vez mais, a seguir teu filho e fazer a Sua vontade!
Texto: Lany Lima
Fotos: Leonardo
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