A partir da leitura de Colossenses, 3, 1-10, D. Marcony Vinícius Ferreira explicou que ética é uma conduta, um modo de agir por princípios, respeitando o outro como ser humano. “Já a moral é o nosso jeito de ser, o reconhecimento de que o outro é digno de respeito. Daí vem a ideia dos Direitos Humanos, em que por mais errada que a pessoa esteja, ela ainda é um ser humano e merece ser tratada como tal. A frase ‘esse aí não tem mais jeito’ não deve ser usada pelos cristãos”, salienta o bispo.
Entender a moral cristã é ainda mais profundo, pois ela é a imitação das atitudes de Cristo. Disse o bispo: “Paulo, em Filipenses 2,5, diz que devemos ter os mesmos sentimentos de Jesus e Pe. Zezinho simplifica esse ensinamento na canção: ‘amar como Jesus amor, sonhar o que Jesus sonhou!”.
Para aprender a colocar todos esses conceitos em prática, D. Marcony destacou três aspectos que o cristão deve observar em seus atos: o objeto do ato deve ser bom, “não se pode aproveitar de dinheiro roubado, por exemplo”; a intenção deve ser reta, “é do coração que brotam todas as intenções”; por fim, não se deixar levar pelas circunstâncias adversas, “hoje se mata por causa de uma briga de trânsito, é preciso ter calma”, acrescentou o bispo.
E como crescer na moral cristã? Conhecendo mais Jesus por meio da Palavra, o Evangelho. Ele nos ensina que o outro é um ser humano e, mais que isso, é meu irmão e devo amá-lo e rezar por ele ainda que ele me tenha-me feito algum mal. D. Marcony esclareceu: “A moral cristã exige que não nos contentemos com o que é mediano. Jesus nos ensinou a dar a outra face, o manto todo. Temos que ultrapassar o bem nas atitudes e perdoar todas as pessoas como Jesus perdoou”.
Para imitar o Cristo, é preciso ouvir o Espírito Santo. É o aspecto da espiritualidade em que o cristão deve mergulhar. “Deus nos fala em nossa consciência, ali o Espírito trabalha para não cairmos no erro e para alimentar nossas virtudes”, explicou o bispo. E o Espírito Santo inspira, em cada um, um carisma, que é uma face de Jesus a ser mostrada ao mundo, como os verbitas que pregam um Cristo missionário, e os franciscanos e vicentinos, com um Jesus pobre.
Porém, D. Marcony advertiu: “É facil ser cristão dentro da Igreja, mas lá fora nem sempre agimos como Jesus mandou, temos atitudes incoerentes com o que aprendemos d’Ele. Quando conhecemos Jesus verdadeiramente, Ele nos domina, é Cristo que vive em nós”. É possível, então, melhorar nossa conduta dentro da moral cristã por meio do estudo da Palavra, da Eucaristia e da vivência das virtudes.
Primeiramente, as virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Fé para não sermos apenas católicos de conveniência, mas para aprendermos a nos jogar em Deus; esperança para nos suscitar paciência, afinal, depois da tempestade sempre vem a bonança; e a caridade, que é o amor transformado em atitudes concretas.
Depois, o bispo explicou outras virtudes importantes: prudência para não agirmos no ímpeto do momento; justiça, que é dar o que é reto ao outro e a Deus, em especial, tendo tempo para rezar e ir à missa; temperança, estabelecendo limites e sendo equilibrado no falar, no comer, no beber; e fortaleza, porque somos fracos e devemos nos apoiar na oração.
Por fim, para deixar um passo a passo a ser seguido pelos fiéis na busca pelas coisas do alto, D. Marcony elencou quatro pontos de crescimento na espiritualidade: estado de graça como hábito, não devemos nos acostumar a viver no pecado, temos que buscar a confissão; vida de oração, invocando Deus em nosso íntimo onde que que estejamos e saber agradecer pelo que Ele nos dá; vida sacramental, pois os sacramentos são meios que a Igreja nos oferece para vivermos a espiritualidade; e vivência da caridade, uma vida de doação. “Nossa conduta é que mostra nossa ética, moral e espiritualidade. Com Deus somos capazes até do impossível. Por isso, lembremos sempre que somos o maior milagre de Deus, porque mesmo com tantos erros, Ele sempre nos dá mais uma chance”.
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